sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Os 50% do G8 não são suficientes para barrar mudanças climáticas

Decisão dos países industrializados de reduzir pela metade as emissões de CO2 em 2050 é estratégia para postergar ações efetivas.

Com pompa e circunstância, o primeiro-ministro japonês, Yasuo Fukuda, anunciou segunda-feira na abertura da reunião anual do G8, no Japão, que os países industrializados têm que reduzir suas emissões de C02 pela metade em 2050. Parece um número e tanto, mas nada mais é do que outra estratégia dos países ricos para minar as negociações sobre mudanças climáticas lideradas pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O Greenpeace está pressionando o G8 para que os países industrializados assumam a liderança e se comprometam a cortar 30% das emissões até 2020 e de 80% a 90%, até 2050, em relação aos níveis de 1990.

"Enquanto as geleiras no Ártico estão derretendo, o G8 está adiando as medidas reais de redução das emissões. Com esse anúncio de reduzir em 50% em 2050, os líderes dos países desenvolvidos deram ao mundo nada mais do que belas palavras. Nesse ritmo, nós não teremos tempo de evitar o caos que será provocado pelas mudanças climáticas", afirma Daniel Mittler, especialista em clima do Greenpeace Internacional.

"Os anos 2050 serão um pesadelo se o mundo não fizer uma revolução energética baseada em fontes renováveis e no aumento da eficiência. O homem do petróleo texano, no entanto, conseguiu postergar as ações que o mundo precisa", completa Mittler.

O pacote de maldades não pára por aí. Nesta terça-feira, os Estados Unidos farão uma proposta 'pra lá' de indecente, que tem o claro objetivo de atrapalhar os acordos que já estão sendo encaminhados. Eles querem promover uma reunião com as maiores potências do mundo, sem a participação dos pequenos países que já estão sendo afetados pelos efeitos das mudanças climáticas.

"Aqueles que já carregam o fardo da mudança do clima hoje devem ter sempre um lugar à mesa, especialmente os países menos desenvolvidos e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento. Excluir os mais vulneráveis não é maneira de contribuir para um significativo e verdadeiro acordo global em Copenhague em 2009", completou Mittler.


http://www.greenpeace.org/brasil/

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